quinta-feira, 28 de maio de 2009

Baraldi no meu aniversário



Tem aniversários que te surpreendem. Fazer isso comigo é um pouco difícil, porque gosto de comemorar, sei a data e entro em contato ao menos com algumas pessoas. Mas esse ano, eu, que faço dia oito de maio, fui surpreendido no dia sete, com a chegada de um presentão: três dos livros do Márcio Baraldi!!!"Vale-Tudo", "Roko-Loko (e Adrina-Lina)"e "Humortífero" compendiam a maioria da sua produção de hqs curtas (as mais longas com quatro pgs, tudo, quase, com uma ou duas) publicadas antes em revistas de rock. Como diz o Paulo Ramos na introdução pra um deles (e o cara tem prefaciadores!!), o Márcio é um cara que corre atrás. Sabe que você pode dizer alguma coisa que ajude a divulgar o trabalho dele, chega junto. É isso; sendo alguém que acredita MUITO no que faz, com toda razão corre atrás. Ninguém que chega em algum lugar é porque ficou quieto em casa avaliando se o trabalho que faz é bom. A pessoa tem que se expor. Certas obviedades não faz mal repetir. Não o conheço em pessoa. Se for tão engraçado quanto o seu trabalho, é daqueles camaradas que te matam de rir, quando resolve fazer isso, e bem rápido. Essencial num humorista: gostar de fazer piada. Seu humor tem acidez,mas também companheirismo; cheira a noite de boemia com (ou sem) os caras das bandas, a travessuras nos camarins e na estrada, à alegria de gostar de uma coisa e saber falar dela direito. Nesse sentido, o trabalho dele tem um quê de reportagem sobre um estilo de vida, o rocker. O Márcio é um roqueiro renitente , como eu acho que ainda sou, também. Hoje aprecio muito Mart´nália, Ben Harper, Jack Johnson, mas Jimi Hendrix está sempre perto do cd player, junto com o Clash básico. Me senti no espírito, interlocutor do cara, mesmo que nunca tenha sido grande fã da imprensa roqueira. Ela, em SP, hoje, eu imagino que exista mais do que no resto do Brasil... O Márcio faz uns quadrinhos irados, escancarados, que gargalham e morrem de rir, não é com sorrisos discretos que trabalha. As suas curtas (e grossas) hqs estabelecem o seu modo de ver o mundo, e a partir desse ponto de vista roqueiro curtem com a cara de um monte de coisas do ambiente que o cerca, da cultura e dos costumes, da política também, mas menos, que hoje que hoje em dia o formalmente político só tem dado desgosto... Eu me amarrei, saber fazer rir é um desafio de frases curtas e soluções imediatas em espaços minúsculos. Essas compilações que a Opera Graphica publicou (parece que tem mais material ainda, mas com esses três livros acho que já tenho a obra do bacana quase toda reunida ... Valeu mesmo!!!)são como um álbum de Asterix era com relação à publicação seriada das hqs... Ah! Nunca vi à venda aqui no RJ! As duas pgs que postei ilustram o que eu acho que também como tira diária de jornalão daria certo...Material bem mais trepidante que o Urbano, o aposentado, eu sei que o Márcio faz!!!

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