quarta-feira, 29 de abril de 2009

As Pontas


Algumas pontas para arrumar: A Júlia, do Berardi, já não tem a dimensão épica toda das aventuras do Rifle Comprido...as hqs de Julia são policiais, do ponto de vista da polícia,isto é, como Júlia é uma criminóloga que colabora com a polícia, as situações que vive são as da investigação, não as do crime. Assim, é uma HQ propriamente policial , por comparação a diversas, particularmente dos quadrinhos americanos dos anos 50, em que a narração acompanhava o criminoso e cada hq seria a narração da tragédia de uma trajetória criminosa, em que o final sempre é ruim ,porque o sujeito pode até se divertir no caminho, mas se dá mal, no final. Assim, eram hqs mais "de crime" que "policiais". Nesse sentido, Julia vem na pista de Dick Tracy, X-9 ou Red Barry, protagonistas policiais que matam, como os amigos da heroína, e até ela mesma se se vir forçada (por sua posição, isso não devia ser seu quotidiano, mas o risco é o feijão com arroz duma hq de aventura)...bem, essa era a ponta solta 1.
A ponta solta 2 é sobre os famosos três últimos quadros da pg em que o Nonô, no nosso já encerrado seriado, foi lá evitar o linchamento do motorista. A distorção óptica desses quadros, pra mostrar como ele vai lá cheio da sua importância, foi uma idéia do Allan, um dos múltiplos toques c0om que ele sempre enriqueceu nossa colaboração. O desenhista é um tipo de ator e de operador de câmera, embora o roteirista de hq seja mais "diretor" que o de cinema.
A ponta solta 3 é uma observação acerca do trabalho do Bira Dantas e do Albert Uderzo, o desenhista do Asterix. Bira, como ele, tem uma tremenda capacidade de caricaturista, e suas hqs, como as dele e ao contrário das de muitos bons caricaturistas brasucas, narram com tremenda fluidez. Bira acompanha hq e isso se vê. O valor da caricatura no Asterix passa meio batido por nós porque não conhecemos os caricaturados, tudo gente da política e da mídia ...franceses. Esse dado ajudou a mostrar pros franceses que hq, ao mesmo tempo, pode ser pra adultos e crianças, sem divisão a priori. Uma lição que o mercado anglo -saxão faria bem em aprender...e o Bira bem que devia, e podia, fazer um épico!!!É isso!! Hoje foi o dia das pontas soltas!!! Ah, a imagem que pus aqui hoje vem do...

http://www.riografite.blogspot.com

que tem muitas fotos bem legais de grafites cariocas...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Magico Vento e Rifle Comprido



Essa msg é a contnuação da anterior, que não encontrou tempo pra ser concluída... olhaí, não tô ganhando comissão nenhuma pra falar bem de duas revistas em quadrinhos e que estão nas bancas...Julia é o atual trabalho de Giancarlo Berardi, e tá nas bancas...Magico Vento é a grande criação de Gianfranco Manfredi, também nas bancas...um western revisionista da história oficial, como o Blueberry de Giraud/Charlier, e o Ken Parker, acrescentado do sobrenatural...Por comparação ao Ken Parker de Berardi, a comparação que elicitou o post anterior e o de hj é que Manfredi acha que a saga de Parker é um homem que tem acesso à educação,e a quem a civilização progressiva faz bem... Começa suas aventuras como um ignorante, que só sabe achar pista e atirar...o nomadismo a que sua vida atribulada o obriga o educa, a ponto dele querer se tornar escritor...Ponto importante nesse trajeto é o seu belo encontro com Ambrose Bierce, esse já a caminho do México que o engoliria...essa caracterização é importante por conta da a opinião do mesmo Manfredi acerca de sua criação...segundo ele, Magico Vento, ou Ned Ellis, é um homem civilizado (embora só fosse soldado) a quem a vida dura leva para o aparentemente mais básico, o descivililiza, e o faz encontrar a natureza e o encanto da vida do modo como os índios a tinham!!! Sua ascenção espiritual o torna um xamã!!! Trata-se de negar o poder redentor da civilização e reencontrar valores mais básicos...como leitor, não acho os dois homens tão diferentes assim, a uni-los temos o traço de sua imensa honestidade, da sinceridade com que abordam seus objetivos...Porém, a visão de mundo de Manfredi é mais sombria que a de Berardi, porissso aparece tanto monstro no seu caminho...a corroborar esta minha afirmativa... escreverei, amanhã, sobre Julia!!- Sim, essas coisas estão nas bancas, no bom português do Julio Schneider!! Aloha!!

domingo, 26 de abril de 2009

Manfredi e Berardi




Os dois bacanas aqui presentes, cortesia do grande Bira Dantas (depois não vai ter jeito, vou ter que comentar o trabalho dele , mas hj é sobre estes ilustres caricaturados) são , na minha opinião, dois dos maiores roteiristas de hq vivos hoje em dia, a saber: Gianfranco Manfredi e Giancarlo Berardi!!
O primeiro criou um personagem que tá nas bancas do Brasil hoje em dia, o excepcional Magico Vento!! Já o segundo é mais conhecido ao menos dos interessados, pois criou um dos grandes clássicos do quadrinho europeu em geral, Ken Parker, que também já frequentou muito a terra brasilis. Seu trabalho atual, Julia, também está nas bancas brasileiras... A primeira série de aventuras do Ken Parker foi editada e reeditada aqui ... e até suas aventuras especiais, coloridas e em formato de álbum, também já saíram no nosso país...Parker não teve só a sorte do texto, mas também a dos desenhos, já que foi Ivo Milazzo que desenhou as aventuras mais importantes e as capas de TODAS... Milazzo também fez Magico Vento, assim como outro gigante do traço, o espanhol José Ortiz! Heh...já vi que começo a me esticar demais... então encerro a conversa de hoje dizendo que é só o começo...há mais de um motivo pra eles estarem aqui juntos...são ambos autores de produtos Bonelli, ambos estiveram presentes em edições diferentes do FIQ de BH, muito gentis com o evento e comigo mesmo... e seguraram com alegria a ponta indigesta de falar do que é fazer roteiro pra quadrinhos...Muita gente, no nosso tão mal informado país, acha que quem escreve quadrinhos é quem desenha...Na maioria dos casos não é não!! Manter produto regularmente presente no ponto de venda exige trabalho de equipe!!! (Essa é parte da genialidade de Will Eisner, ser a exceção que confirma a regra) E no caso dos Bonelli, o roteirista acumula, segundo Sergio Bonelli himself (também esteve aqui)a função de editor da série... Tem que ter criado o produto, vendido a idéia pro editor geral e se responsabilizar pelo recrutamento dos desenhistas e pela produção das hqs... Bem ! Agora, continua amanhã mesmo!! O Patati ainda não dedicou uma sessão de trabalho ao surfe nos outros blogues bacanas , até pra aprender...já entendi que falo pelos cotovelos, mas isso há de ser corrigido..

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Nonô 6 e João Antonio 2


Com a página de hoje, quem tiver paciência fica conhecendo a mais recente aventura do Nonô Jacaré inteirinha... As páginas anteriores estão, uma de cada vez, nos posts anteriores, e a ordem está regressiva...bem! Quanto ao João Antônio, a conversa com ele continuou muito, naquela noite. Lembro que, na ocasião, eu ainda não lhe conhecia os outros livros , mas muito impressionado com o mais conhecido deles,"Malagueta, Perus e Bacanaço", fiz questão de dizer: me magnetizou!!! O bacana acabou concedendo que para ele era um livro legal de ter escrito, mas gostaria que as pessoas conhecessem os outros também. Perguntei, além daquele, qual outro ele apreciava ter escrito. Respondeu na bucha "Calvário e porres do pingente Lima Barreto"!. Aí eu caí do cavalo: não se trata de um livro de contos ou sequer de ficção, como todos os seus outros, mas uma abordagem rápida e forte da vida e da obra de Lima Barreto! Eu já o conhecia também, é um belo testemunho, mas não tinha ligado a João Antonio porque é sobre alguém que existiu . Fui querer me desculpar por isso, e ele mandou assim: o autor, segundo ele, o verdadeiro autor, não precisa que se saiba seu nome, não. Mas que se conheça seus livros!! Que se tenha acesso à sua visão, às coisas que se deu ao trabalho de anotar... a partir da sua observação. Ele também achava que, por mais fantasiosa que seja, literatura é observação. Bom , e aí, com tudo isso, o que é que o João e o Lima têm a ver com a origem do Nonô? Tudo!Eles têm a ver com a minha longa circulação por variados e longínquos percursos cariocas, dando aula de inglês pra pagar as contas... com a minha atenção aos detalhes dos caminhos, esconderijos, desvãos, botecos e locais de trabalho por onde passasse!! Tudo a ver com o meu acesso a estaleiros e refinarias e fábricas variadas nos cantos não exatamente turísticos da redondeza carioca... Tudo a ver com o início do inicio do início do meu magistério, com o caminho das aulas!!- mas por enquanto é só...evidente: não de forma linear. Nada segue de modo necessário e simples como numa recordação. Ah, claro que nesse domingo esqueci completamente de ir lanchar na casa da minha vó...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Nonô 5 e João Antonio 1


Bom, antes de começar, à vera, o post de hoje, cumpre esclarecer que esta é a penúltima página dessa hq! Quem quiser lê-la toda de uma vez só, a partir de amanhã já pode, ainda que dê trabalho!! Cumpre asseverar também que pode não parecer, de início, mas o presente post está querendo responder à pergunta que eu mesmo fiz no de ontem... quais as raízes brasucas do Nonô??? Bom, esse negócio de raiz é todo meio muito sutil, de modo que nem sempre a gente entende como começa...Assim sendo, explico logo que minha vó morava em Copacabana. Eu morei em diversos bairros da cidade, mas minha vó sempre estava lá, a sua casa era um ótimo ponto de encontro, principalmente dominical, dos seus filhos e netos... Houve um momento na nossa família, em que havia jovem pra chuchu, e cabia todo mundo lá, no domingo, fazendo lanche na maior algazarra... Bem, depois de uma certa idade, já morador do Grajaú, conhecedor e pesquisador de botequins , como sempre fui (ao ponto de achar, na maior sinceridade que alguns deviam ser tombados pelo patrimônio histórico), passei a cultivar o hábito de descer do ônibus na Barata Ribeiro e antes de entrar na rua onde ela morava, descer uma gelada se não me engano no "Chuva de Prata"... Bela tarde, lá vinha eu, pronto pra chegar lá de noitinha, com um livro e um jornal na mão, a fim de ler os dois, e achei que só subiria pra casa de vovó quando terminasse a porção de leitura que naquele momento julgava cabível. No que entrei no bar, notei que havia uma comissão de bebuns juramentados... Clientela contumaz, sabem como? Daquela que tasca o desconhecido que tentar sair sem pagar, mas assume a dívida dos amigos que esqueceram porque exageraram... Eu, quieto no meu canto, terminei de ler o jornal e comecei capítulo do livro, do qual infelizmente não lembro mais, tudo com uma ampola só, pela frente. Mas comecei a ler meu livro e esse bebum emocionado , com cara de médico, porque vestido de branco e com alguns equipamentos, inclusive estetoscópio, ao alcance da mão, esse bebum emocionado me nota e se aproxima dizendo "Mas tu gosta merrmo de ler, hein, ô?"- eu, diplomático, concordo, e ele prossegue " e tu lê livro merrmo, né só jornal, não, né? E é um e outro, não um ou outro..." com essa eu comecei a rir. Aí o cara atalhou: "Tu tem que conhecer um amigo meu!" Nisto, se agitam os outros bebedores também, e ele se corrige: "Amigo nosso! Nosso!! UUma pessoa de ouro ! Ouro puro! E eu sei que ele sente falta do tipo de conversa que tu vai poder levar com ele... Porque todo mundo aqui gosta muito dele, mas a gente não sabe essas conversa de livro... e ele precisa... Precisa antes que vá embora... Sebastião!! Mindá a porra desse telefone!" Eu tento, espantadíssimo, demover o bebum de seu propósito, incomodar alguém em casa porque no boteco tem um doido que gosta de ler, não faz sentido, mas Sebastião já trouxe o telefone no ato, sem titubear, eu sem ação e o cara discando , pralegria dos bebuns e de Sebastião também!!! Já se viu uma coisa dessa? Nisso, atendem do outro lado, e ele: "Alô? João?? Desce aqui que tem um cara que tu vai gostar de conhecer!! Ele tá lendo sem parar, que nem tu, desde que entrou aqui dentro!!!" Eu ouvi o nome, nessa hora ainda não liguei os fatos de todo, mas em minutos, estava na minha frente, com cara de sedento, o autor de "Malagueta, perus e bacanaço!!" - na minha opinião, trata-se de um dos mais belos livros de contos jamais paridos pela nossa literatura... o conto sobre malandragem de bilhar que lhe dá título virou o belo filme de Maurice Capovilla, "Jogo da Vida". Enchi-lhe o copo, e maravilhado conferi que se tratava dele mesmo, o homem do "Meninão do caixote", "Abraçado ao meu rancor" "Dedo duro", "Leão de chácara"...o herdeiro contemporâneo, o continuador de Lima Barreto!! JOÃO ANTONIO!!!!!- é, não tem jeito, continua amanhã, quando inclusive comentarei, também, os 3 quadrinhos do fim da pg que postei hoje, belíssima pimenta que o Allan deu no molho pra essa hq...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Nonô 4 e Ditko


O Nonô continua se metendo em confusão...O capítulo de hoje é quando ele nota que tá no meio de mais uma... o bacana procura não estar no caminho, mas elas gostam dele...talvez dessa vez as coisas não terminem muito mal!! Não temos na nossa literatura muita gente com jeito de aventureiro... Num tenho dúvida que esse lado forte dele, essa disposição com que o Nonô se dispõe a pelo menos tentar resolver a maioria dos problemas nos quais se mete, tem a ver com minha leitura de super-heróis...ainda lembro do Homem-Aranha nas páginas imortais do grande Steve Ditko, preso embaixo da coluna desmoronada de um prédio, perto do remédio que precisa levar pra tia, dependendo só de seu próprio esforço...uma situação limite, ninguém pode ajudar, se ele sair dali será SOZINHO... e consegue!!! Nessa hq, Spidey resolve uma situação de derrota como eu nunca tinha visto antes, na minha infância e começo de adolescência regadas a quadrinhos DC sem um quinto da coragem da Marvel daquele tempo... essa hq, que hoje noto ser célebre, foi publicada no Brasil pela EBAL, como todo o Homem -Aranha do Ditko, que só está sendo republicado agora muito aqui e ali pela Panini, em edições comemorativas... Spidey foi uma novidade mesmo, como poucas coisas mesmo de Kirby conseguiram ser...claro que tinha que me influenciar, e estar presente no meu Nonô, assim como o Alack Sinner dos argentinos Muñoz e Sampayo...mas vencá, tem alguma influência brasuca no mundo dele? É, ou não é, um chofer de táxi carioca??:Bem, eu ...continuo amanhã!!!

terça-feira, 21 de abril de 2009

Nonô 3 , Muñoz y Sampayo


Tudo dá certo, quando termina bem! O Allan deve ser a única pessoa que foi informada da abertura de um blog pelo telefone, e mesmo assim demorou porque levei uns quatro dias procurando, até conseguir encontrar o grande bacana e lhe avisar da minha atitude...A bonomia de Allan Alex é histórica, meu grande colaborador é um sujeito de paz, digno de todas as bonitonas que lhe caírem na rede...de modo que ele riu um pouco, disse que era legal e elogiou a iniciativa... e aí temos a continuidade das aventuras carnavalescas do Nonô...junto com dois convidados especiais...tive sérios problemas de saúde no já distante ano de 2001 (problemas daqueles que redefinem a vida do cidadão), e essa hq foi feita pra comemorar o fato de que podemos, sim, continuar a colaborar...mas ficou inédita esse tempo todo, devido entre outras coisas ao fato de que embora certas coisas mudem, outras continuam iguais, e sou ainda muito ingênuo!!! Mas isso tá mudando... E já que estamos aqui falando de uma hq do Nonô, e eu sei que tem gente interessada no percurso do taxista gente fina, vamos a um pouco de História... o Nonô nasceu na bacaníssima revista Porrada, editada pelo Beto Firmino, de SP, onde contou com a companhia de tremendos trabalhos de quadrinhistas como Lourenço Mutarelli, Bira Dantas, Wally Wood e Crumb...é mole? Mas...como foi que nos veio a idéia do taxista?? Bem , de um lado, tem a ver com o gigantesco "tango gráfico"/narrativo que é a obra de José Muñoz e Carlos Sampayo, pra mim gente de extrema ponta no mundo das hq... Sampayo escreve muito, muito mesmo! O personagem deles, Alack Sinner, é um cana que se desencantou da polícia , ao longo de umas aventuras foi detetive particular, desencantou disso também e, desiludido, foi ser taxista...o clima da série é pesadão!! Eles conseguem, com felicidade extrema, abordar quase todos os grandes problemas do nosso tempo...é uma coisa muito desencantada, onde nos sentimos solidários com os personagens de uma maneira que nunca antes tinha acontecido comigo em hq... Ouvi do próprio Sampayo, no último FIQ, a definição do trabalho de Muñoz como sendo uma "caricatura trágica", não humorística, definição essa bem adequada ao trabalho deles... ao seu texto também!!! Pelo meu lado, então, comecei a me dizer que o taxista que já começou taxista não carrega todo o peso que o pobre Sinner carrega, e quis fazer uma série que fosse a crônica do fato de que o taxista é sempre um sujeito abordado pelas suas aventuras (passageiros? passageiras? Algum bacana da concordância que decida!!!) e então inventamos o Nonô... querendo fazer aventuras sobre um cara tão mortal quanto qualquer outra pessoa, e que não tivesse o peso sofredor que o tango traz, acabei, junto com o Allan, criando o Nonô!! O Brasil é a terra do samba!! Claro, não é que a vida dele não seja difícil(cai na pista pra ver, mano!!!) ...mas conheço e adoto a máxima (bem brasuca) de meu confrade Ricardo Favilla... O trágico é jubiloso!! Cabe-nos comemorar, curtir a vida, tocar nossa violinha, enquanto ela está aí!!! Essa é a raiz da trajetória do Nonô, que passa por cada uma que até o diabo duvida... Mas não deixa de se divertir!! O táxi dele entra (ainda há de entrar mais) na vaga que houver, e ele tem estado, com esforço ( a gasolina é cara) em diversas publicações impressas de hq brasileira... veja-se bem que o Nonô é malandro, no sentido de ser sagaz... mas é trabalhador, tá sempre no seu táxi, sabe que malandro agulha dá nó nas pernas!!! E ainda há de rodar muito mais, pelas ruas que lhe aparecerem pela frente!!! Bom, por hoje é só, amanhã tem mais das raízes do Nonô!!! ( sim, patati comovido de se sentir no meio de um meio vivo merrrmo, esse treco de blog ativa a comunicação, eu estou agradecidão aos bacanas que se manifestam...) Simmm, também tem que tô escrevendo isso tudo ao som da genial Mart´Nália, num tem tudo a ver??

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Nonô 2 e "Strangers on a Train"


Bom dia, amigos, quem quer que esteja vindo ver, eis aqui a segunda pg da única hq inédita do Nonô Jacaré...Por mais que aqui seja considerada "publicada" , e todo mundo possa ler, eu ainda sou entusiasta direto da boa e velha leitura manipulada de papel impresso: gibi ou livro na mão!! Assim, pra mim,por mais que já se tenha visto aqui, qualquer coisa que saia é só um treiler do publicado, perdão, publicável!!! O fato de que ninguém hoje tá dizendo nada nessa pg 2 da hq não significa que não esteja acontecendo nada (essa foi uma tirada explicativa pra quem , como minha irmã, for neófito em quadrinhos e não esteja acostumado a ler imagens sequencialmente- tem que olhar cada quadrinho, os desta pg depois dos da pg de ontem, acompanhando os acontecimentos e notando o que é que se segue ao quê... sim, amigos, o mundo tá cheio, por incrível que nos pareça, de gente que nunca abre gibi)...façam um esforcinho, acompanhem, a hq é nossa homenagem aos muitos blocos que enchem as ruas do Rio na época do carná... e ainda não consegui avisar o Allan dos acontecimentos atuais...tomara que não me estrangule mais tarde...!!!)
Mas é claro que não se trata só de falar do meu (nosso) trabalho...é que ontem fiz na banca de jornal uma compra que acho inescapável para todo mundo que se interessa por narração feita com imagens...filmaço, clássico irretocável!!! Pra se ver e estudar...PACTO SINISTRO ("Strangers on a Train") , de Hitchcock, baseado no romance de estréia de Patricia Highsmith ( e que romance!!! A craidora do inesquecível Ripley começou pra lá de muito bem), com roteiro de Raymond Chandler, Czenzi Ormonde e do grande Ben Hecht, conta uma história apavorante!! Aliás, com todo meu amor por vampiros, lobisomens e criaturas do tipo, estou convencido de que é o ser humano, sim, o monstro mais assustador de todos... Nossa sutileza é que manda os arrepios mais fundos pela minha espinha, por mais zumbis que a Marvel ponha no mundo...
A trama desse filme ilustra: o maluco tá convencido que todo mundo tem motivo pra matar alguém...basta portanto cometer o crime para que a polícia some dois e dois (polícia de romance policial, é claro, não do RJ, por exemplo, que só entende de pescoção em quem não deixou o de hoje) e venha bater na sua porta... pois bem, e se os assassinos trocam de vítima? Se eu mato a pessoa que VOCÊ quer matar, e vice-versa? Os canas vão ficar confusos ... Além do mais se o seu álibi for sólido, e o meu também... de modo que basta haver uma solidariedade entre homicidas que tá tudo resolvido... o filme não livra a cara de ninguém, e deixa claro que todo mundo tem algo de matador...Claro, uns são mais semelhantes do que outros, como diria George Orwell! Cabe salientar que isso está ilustrado o tempo todo no visual do filme, onde cada plano importante remete a esse todo das concepções brilhantes de Hitch/Highsmith e dos outros... O reino da incerteza é triunfo brilhante, visualmente sublinhado com rigor,(vide o belo artigo de Inácio Araújo no folheto que acompanha) dessa narrativa acachapante... Mesmo hoje em dia, quando se encontra de tudo nas bancas, achei DUCA encontrar esse filme... O sujeito escolhido para cúmplice do assassino não aceita o compromisso...mas como há o pobre diabo de lidar com isso?? Porque o matador é muito inteligente, e a trama do filme se move no cerco que este faz ao seu quase cúmplice... de modo que é diversão garantida!! Estudo garantido!! Agora só falta "Disque M para Matar"...Bem, por hoje, ficamos aqui, continua no próximo e emocionante... post!!!

domingo, 19 de abril de 2009

Nonô 1 (O Carnaval do Nonô)

Bom dia!! Com esse post eu começo nosso primeiríssimo seriado, colocando no ar, desde o começo, a única hq inédita do Nonô Jacaré que existe! Todas as outras que foram feitas foram publicadas,mas essa daqui foi pra um gibi, o Caô, do qual chegou a sair o primeiro número, mas devido a erros de concepção do projeto todo, não houve como publicar o segundo número da revista, inédito até hoje. O Nonô, pra quem não conhece, é um personagem criado por mim e pelo Allan já faz tempo demais pra eu lembrar a data. Foi publicado em revistas variadas, como a Porrada, a Mil Perigos, a Metal Pesado, a Histórias de Assombração, entre outras. Já tive o projeto de colecionar todas as hqs dele que existem, que dão um gibi grosso, todas juntas, do tamanho de um Bonelli. mas tem que fazer um reletreiramento, toda uma nova produção gráfica que só mesmo uma Editora montada pode fazer direito. Só dimininuir o tamanho das páginas, dados os letreiros das primeiras histórias, não assegura que continuem legiveis...Enfim! Ficou pra outro dia! E essa hq daqui finalmente vai encontrar alguns leitores...continua, amanhã!! Heh...o diacho é que apesar da hq estar comigo faz tempo, não veio à luz...e agora não consigo achar o Allan pra avisar que estou pondo no ar... acho que vale a pena correr o risco!!!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Luneta mágica 3 e "Fala, Menino!"



Bem,
esse post começa com as tiras do Fala , Menino! do Luis Augusto, que na época em que eu morava na Bahia saíam no jornal "A TARDE", de Salvador. Espero que continuem saindo. É um sucesso. Depois ele reedita tudo em coletâneas, e realiza livros infantis também, a partir dos seus quadrinhos, mas num registro mais pra iniciantes da leitura.


Conheci pessoalmente o Luis Augusto numa Bienal do Livro de Salvador, quando eu estava hospedado com um amigo poeta, Zeca de Magalhães. O traço inicial da série é o que se espera
(Não sei como tá hoje) de uma tira infantil. A finta, porém vem do argumento e da competência com que Luis Augusto executa o modelo que criou. O modelo visual de criança que desenvolveu é só dele, e isso num mundo saturado de coisas que querem parecer criança, é raro!!Ele não parece com Calvin, nem com Luluzinha, nem com Maurício de Sousa, nem com Ziraldo, nem com Mafalda, Pimentinha ou Brasinha, só consigo mesmo. A turminha de cujas aventuras se trata é bastante singular, também. Pra começar, o protagonista é mudo. Seu amigo é cego, o outro é surdo, tem um menino de rua, a turma prolifera e todo mundo é criança , mas não é burro. Lucas, o tal que é mudo, participa de tudo pensando bastante. As três tiras que eu postei já são antiguidades, mas servem como aperitivo. Ah, também cabe apontar que eu dei um pouco de spoiler quanto ao início da série, porque as características especiais das crianças aparecem de maneira prosaica, sem explosão ou grandes dramas, tudo muito tranquilo e cotidiano. Coisa de subversivo, mesmo... Entendendo a palavra como um elogio da mais alta categoria! São, como todos nós já fomos, crianças se divertindo, dizendo cada coisa... mas são crianças singulares, sim!!Ah, o "Fala, Menino!" tem seu site, é claro!




Bem, depois desse episódio, estou eu dando aulas em Ilhéus, a seis horas de distância, quando o improvável aconteceu. Uma aluna quase cai da cadeira quando eu digo que hqs de qualidade podem estar bem embaixo do nosso nariz, e cito o "Fala, Menino!". Ela fazia parte da equipe, pois a série tem uma editora e funcionários, mas ela mesma não tinha que estar lá todo dia... tive a oportunidade de comentar isso(ele já sabia) no FIQ passado, em BH, e Luis Augusto se divertiu. Não é legal, uma coisa dessas? Eu consigo, sim, contar piada pra humorista, mesmo quando é verdade! Bom, por hoje é quase só, mas eu ainda volto!!
Reassumindo: eu não queria encerrar o post de hoje sem que meus dois colaboradores n´"A LUNETA MÁGICA" dessem as caras por aqui, o que fazem agora, tal como vão fazer no gibi. O primeiro é o Márcio de Castro, o desenhista, e o segundo, em coincidência com o nome do protagonista do "Fala, Menino! ", é o Lucas! Ele fez a cor, o letreiro e deu uma força com a arte... Não tá todo mundo com cara de quem usa...a terceira lente? Ah... Esqueci que vcs ainda não viram nosso gibi, mas isso se conserta...bem, agora foi só, mesmo!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Luneta mágica 2

Canastra, esclarecimento necessário, é uma maletinha de material duro, que muitos viajantes da antiga usavam, pra carregar utilidades imediatas. Exemplo: a Emília do Sítio do Pica-pau Amarelo, costumava, ao longo das aventuras que vivia com os meninos, tirar as coisas mais disparatadas, desencontradas entre si, de dentro da sua canastra...Claro que isso só conta pra quem leu os romances de Monteiro Lobato...eu não acompanhei na TV,então não sei... que tipo de tratamento deram à canastra da Marquesa de Rabicó!! Bem, daqui dessa canastra eu creio que vai sair um bocado de coisas...como hj estou me sentindo muito sábio, boto a caricatura "do bem" (cumé que o Márcio consegue?) que ele fez de mim, pra constar na Luneta Mágica...fala sério, não fiquei cum a cara mais bacana do mundo??? No departamento"encontros", estou me organizando pra escolher qual a história mais curiosa, pra inaugurar...Teve a vez na Bahia, em que comecei a falar bem (graças a deus) de um quadrinhista baiano dando aula na universidade (no curso de Comunicação Social que ajudei a fundar) onde trabalhava, e uma pessoa da equipe dele estava dentro da sala de aula!! Eu já estivera com o cara uma vez, por conta de um bom amigo comum, mas isso foi em Salvador, não em Ilhéus, onde eu morava!!! Quase caio sentado...depois produzo um pedacinho do trabalho dele pra botar aqui e falar melhor desse que de fato é um grande autor, infelizmente muito mal conhecido aqui no Sudeste...bem! Como eu dizia ao final de cada aula, continua! No próximo e emocionante episódio!!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Luneta mágica 1...e eu!!


Banoite, pessoal!! Ou será bom dia? Sou o tipo do camarada que tem textos pelas orelhas, acha que tem imaginação pelos cotovelos, certo método, um olho que não se nega a compor o quadro, e interesses que vão do cósmico ao prosaico!! Incluem tanto LIma Barreto, como Jack Kirby e Olaf Stapledon, passando por …Muita gente!! Muita gente mesmo!!!

Obedecendo a inúmeras e já antigas sugestões, resolvi assim abrir meu cantinho na internet, onde espero partilhar e ruminar com os bacanas . Não vai ser um blog só de críticas e reviews( de hqs e filmes e livros) , nem só da minha produção de contos, pedaços de romance ou hqs, mas incluindo diversas dessas coisas, além daquilo que alguns amigos chamam de crônicas.

Sou um roteirista de quadrinhos já veterano, tendo escrito cinema e televisão(bem pouca) também, além de ter mergulhado na literatura e na filosofia desde criança, sem ter parado de escrever desde então. Tenho, assim, alguns contos e dois romances publicados (”Sorte dos Girinos”, uma FC publicada pela Ed. Quartet, e “A Guerra dos Dinossauros”, da Escala, um pulp de FC muito bem ilustrado por meu bom amigo Allan Alex)- em quadrinhos, creio que meu trabalho hoje mais conhecido, é o “Sangue Bom”, desenhado por Allan e pelo mestre uruguaio Solano López,álbum que saiu no Brasil pela Opera Graphica. No departamento ensaios, há o Almanaque dos Quadrinhos, co-escrito com o Flávio Braga, que saiu pela Ediouro.

Minha participação no mundo dos quadrinhos e nos da literatura tem me rendido alguns encontros com pessoas criativas… há, dentre esses, os que merecem ser contados!!

Contudo, o assunto com que fecho esta primeira postagem é um encontro literário!! Sempre é bacana conhecer um texto novo e bem bacana de ler… por motivo de trabalho, então, fiquei me sentindo todo importante! Estou falando do muito engraçado texto de “A LUNETA MÁGICA”, de Joaquim Manuel de Macedo!!! O cara mandava muito! Acabo de receber ótima notícia! MInha adaptação desse livro pra hq, com o grande Márcio de Castro e o seu amigo Lucas, foi HOJE pra gráfica!! A editora é a Panda, e acho que em maio o gibi está à venda! Creio que tem interesse pra quem aprecia literatura fantástica em geral, sim. Vai ser colorida, e tudo!! O tratamento, condizente com esse excelente e pouco conhecido livro, é humorístico. O autor d´”A Moreninha” era bastante mordaz, e algumas das passagens do livro, dado que o irmão do protagonista é deputado, parecem escritas hoje em dia…não impede que desenrole sua narração a partir do problema maior, não só político, de se enxergar ou não a verdade…segundo o diacho daquele armênio, certas lentes têm um efeito e outras um outro completamente diferente…Bem, a imagem que escolhi pra inaugurar aqui o Enquanto Isso é a que Márcio e Lucas fizeram pra capa...