Banoite! Continua nosso encontro com Benoit Peeters, começado no post anterior. Interessante como, num espaço de tempo tão diminuto, se conversa sobre tanta coisa!! O camarada não viajou à toa... Nessa noite, elaborou boas observações sobre o trabalho que realiza, e com isso algumas idéias sobre o ofício de roteirista de quadrinhos, em geral. É um modo específico de ser narrador. Já concordamos desde o primeiro post que se trata de colaborar; dialoga bastante o seu texto com o colaborador da hora, por isso tem poucos,sem entregar nunca um roteiro "de concreto", "imutável". Disse com todas as letras que o roteirista tem que descobrir aquilo que o desenhista se sente bem ao desenhar. Da sua colaboração com o Schuiten eu hoje botei aqui uma página de " A rota de Armilia" que mostra bem o que o cara gosta de fazer: o mergulho urbano...Schuiten tem formação de arquiteto. Embora prefira desenhar quadrinhos, seu trabalho com Peeters é a saga de um grupo de cidades... Cada álbum se passa numa cidade diferente, num delírio arquitetônico específico, e hoje há até livro de turismo (feito por empresa especializada em livros de turismo sobre cidades existentes) sobre Urbicanda e as outras Cidades Obscuras... Urbicanda tem um urbateto, mistura de urbanista e arquiteto... o cara planeja a cidade toda! Ora, no Brasil isso existiu, não é? Esse delírio de detlahismo e previsão urbana é talvez o principal personagem do trabalho dos dois amigos de infância fazem... Também colaborou com Frédéric Boilet, que no Brasil publicou "O Espinafre de Yukiko", pela Conrad...Com ele, então, para fazer os livros que fez, escolheu lugares que percorreu conversando com o desenhista e planejando a hq...Falou que o camarada gosta de histórias de amor e que portanto seu universo em comum é bem diferente do trabalho com Schuiten. Mas como tudo acontece em lugares que existem, eles vão lá, passeiam, conversam, e estruturam a hq estudando a área E eu, que hoje pretendia encurtar!! Segue depois...
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