

Bem! O post anterior foi um pouquinho incompleto, pois não pude detalhar que o Frédéric Boilet , o segundo desenhista a colaborar com Peeters, faz é um tipo de manga...Claro que leitores do "Espinafre de Yukiko" sabem que se trata de manga, um manga escrito de modo despretensioso mas nem assim menos sincero com relação à vida do desenhista...regido pela concisão do traço! Sim, fica BEM diferente do trabalho do Schuiten...imagino que a modelo da hq seja a atual esposa do cara(foi casado com outra japonesa)...Boilet é intimista onde Schuiten é épico, fala de pouca coisa quando o outro fala de muita...cria uma hq francesa que se afasta da elaboração do desenho em função da transmissão da emoção, quando Schuiten a transmite pela via de sua muito intelectual elaboração...de uma complementaridade entre o épico e o inexplicável...Nada como comparar! Schuiten tem um outro colaborador de roteiro, Claude Renard. O que é que permanece semelhante, nos trabalhos que faz com os dois? O gosto pela experimentação! Para além de qualquer trama, a experimentação formal, narrativa, sempre está presente... Schuiten é um desenhista de mão cheia, que poderia ter se congelado no seu estilo... Permaneceria tendo público!!! Mas a cada livro continua inquieto...além de nunca ter querido criar um protagonista que voltasse, a solução de traço e a solução narrativa também mudam! As ilustrações do post de hoje vêm de " L´Enfant Penchée", " A Menina inclinada", um dos livros que Peeters mais aprecia ter feito, e imagino que Schuiten também...e que demonstra isso muito bem!! Nele, notamos como é que o espírito de colaboração é o norte que guia toda essa experimentação formal, nos trabalhos dos dois!!...A primeira pg é da narração "normal",preta e branca, que prevalece ao longo do livro todo, enquanto estamos vendo um dos universos nos quais se passa a hq...o outro universo é o "nosso" e tudo nele foi fotografado; há menos páginas assim, mas são muitas!! Os capítulos desenhados e os fotografados se alternam...Ao longo do livro vamos convivendo com esse contraste surrealista... O avanço da história, todavia surpreende mais!!! Faz com que as fronteiras se misturem, e a segunda pg presente no post de hoje é a que Peeters acha que mais e melhor mostra o espírito colaborativo dos trabalhos deles... pois os universos se penetram!!! As fotos ganham a arte final de Schuiten!!! A textura do mundo passa a ser ainda mais inédita que as estabelecidas ao longo do livro...e os colaboradores estão todos presentes!! Com efeito, o roteirista escreveu a cena; o fotógrafo a fotografou; o modelo ( um pintor, mesmo, amigo de Shuiten & Peeters) posou; e Schuiten fez a arte final!!! Tudo isso em torno da mão...para usar a bela frase do Octavio Aragão (título do livro dele)..."A mão que cria"!!! Sim, a síntese da narração é o instrumento que mais usamos para continuar transformando o mundo... aquilo que diversos desenhistas já me disseram ser dificílimo de retratar... o ponto nodal é complexo sim, amigos, cheio de dedos!!! Prometo que no próximo post essa conversa toda termina...
Vaeu Patati,
ResponderEliminarmais um textinho gênio desses de tirar os cabelos!!
Vou ler mais um pouco os diários pra trás,
perdi o ritmo!!
Depois conto pra vc como que foi..
Abras!!!
Nossa, esse quadrinho da mão é muito forte,
ResponderEliminarque coisa mais melancólica!!!
abs!